27/05/2008

"O meu fado"

(Mu)dança


Era uma vez uma menina
que queria dançar.
Fazê-lo enchia.a de vida,
insuflava-a de ar.


Um dia acharam-na sem pés,
viraram-lhe a vida ao contrário,
ficou tão desesperada,
incapaz de mudar o cenário.


Muito tempo mudou
Sem que nada mudasse,
a vida sem alegria,
sentia-se num impasse.


Muito tempo passou
até que um dia acordou,
e com outros olhos viu
que a estrela sempre a olhou.


Vive cheia, vê, ouve e saboreia
A vida, a vida cheia
Entrega-te a cada momento,
a cada pedaço,
a cada olhar,
a cada abraço.


Viu-se então a estudar
as profundezas do ser
e na dança sem acaso
confiou o seu viver.


Dança agora outra musica
Qualquer uma que vier
alegre salta, rejubila,
não tem medo, quer viver!


Maria Filipe a Nicolau Antunes (grupo de teatro dISPArteatro)

20/05/2008

Finfa Lx 8




JOÃO CALIXTO E TIAGO VIEGAS - Portugal




AS PEQUENAS CERIMÓNIAS19 DE MAIO



João Calixto e Tiago Viegas - Criação e interpretação


João Calixto - Projecto, cenografia e marionetas






A trágica saga duma noite de café curto e com cheirinho... servida pelos próprios e suas marionetas.
O melhor menu de sempre até hoje nesta casa: sopa, prato, pão, vinho, café, sobremesa e apetitoso bailado (serviço à mesa incluído no menu).
Uma atmosfera especial. Sentados à mesa, dois moços repousam, entreolhando-se no vazio de uma pausa para a sesta. Ouve-se o rádio e o Capitão dorme. Clientes que entram, outros que saem. Vêm pela refeição do costume ou simplesmente por um copo de bagaço. Por vezes pode-se observar de perto o cozinheiro, um senhor afrancesado cuja vida se inscreve num armário que abre portas a um universo de facas e cutelos, tesouras e outras ferramentas de utilidade duvidosa. Mas é mestre na ilusão da cutelaria, transformando as suas pommes de terre em extravagantes e deliciosos gourmets. Outras vezes aparece o patrão, um galo em sotaque alemão, elemento de vertigem na sua apressada rotina de barafustar...
Uma noite deliciosa no claustro do Museu da Marioneta.

06/05/2008

Resolve-te!

Resolve-te, resolve-me, é preciso resolver-me, decidir-me, escolher-me, descobrir-me.
Custa arriscar-me, expor-me, mergulhar-me, invadir-me, vasculhar-me, rasgar-me de coisas que não gosto. Impelir-me, desacomodar-me, desinstalar-me, descomplicar-me...

03/05/2008

idiossincrasias


De imediato passo a explicar: segundo o dicionário Idiossincrasias é o modo de ver, de sentir, de ser próprio de uma pessoa… que é relativo à disposição particular de um individuo para reagir à acção dos agentes exteriores… temperamento peculiar a cada individuo. Vulgo: uma pessoa bexigosa, segundo os meus irmãos.

Descobri que sou idiossincrática e que não sou esquisita e nem refilona, mas sim requintada, selectiva e atenta, numa palavra só Idiossincrática.

Conheço quem use sempre a mesma sequência de cores nas mola quando estende a roupa, quem passe a ferro com uma tesoura sempre por perto para ir cortando etiquetas e linhas, quem não goste de ter a cadeira onde se senta a vibrar com o pé ou toque de alguém, quem odeie sons repetidos e sequenciados como mexer nas unhas constantemente, bater com as unhas na mesa, etc, quem odiei botões e não consiga usar roupa com os ditos botões, quem separe a comida no prato e não coma o arroz antes de ter acabado de comer a carne…

E é isto mesmo que distingue as pessoas, não as torna robôs com acções mecanizados e nada autónomas e em piloto automático… Taras, manias, maneiras diferentes de fazer, dizer e sentir as coisas, as pessoas, os sentimentos, todos temos, todos somos, porque somos especiais!